Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2010

MEU SILÊNCIO

Imagem
MEU SILÊNCIO Aparecido Donizetti Hernandez Em meu profundo silêncio estou pensando em ti, Vendo-a sonolenta na cadeira, Imagino se estás sonhando... Sonhando com o que?... Nesta viagem de sonho, De seus sonhos, Onde me encontro, Imagino estar em seus sonhos, Nesse túnel do tempo Transportando a ti para longe... Longe do meu silêncio. Silêncio que faço Em meus tortuosos pensamentos Que me transporta para perto de ti, Tentando encontrar-te nos meus sonhos, E estar em seus sonhos...

NA PONTA DO LÁPIS

NA PONTA DO LÁPIS Aparecido Donizetti Hernandez Com suas mãos em minhas mãos Desenhei as primeiras letras, Construí as primeiras palavras, Fiz os primeiros desenhos, Aprendi o alfabeto, Iniciei na gramática, Contigo aprendi matemática, Aprendendo a somar e a dividir os números. Contigo conheci deuses e semideuses Que moraram no Monte Olímpo, Passiei em cavalos alados... Contigo aprendi a conhecer os relevos, As montanhas e o planalto, A ver as estrelas e os planetas. Aprendi o que é o nível do mar, O que está acima do nível do mar, Conheci a história da humanidade, A passada e a contemporânea. Com suas mãos a gesticular me fez pensar... Conhecer o folclore: Curupira, Negrinho do Pastoreiro e Salamanca do Jarau. Contigo, a me fazer pensar, abriu-me o mundo Nos livros que me fizestes ler, reler e sintetizar. Contigo, nosso mundo está nas mãos E tu os transporta ao nosso cérebro . Não te esqueço com suas mãos em minhas mãos, E na ponta do lápis me ensinastes a escrever e a ler As primeira

OVOS DE ANU

Imagem
OVOS DE ANU Aparecido Donizetti Hernandez - Prosa - A vida no interior era boa e, ao mesmo tempo, dura: boa para a infância, onde o menino brincava com seu carro de boi feito de lata de sardinha em conserva, onde fazia dois furos, passava barbante, com gravetos furava duas pequenas laranjas ou limões sicilianos e atrelava sua junta ao seu carro de boi feito de metal. - Deitado ao chão puxava de lá para cá seu carro de boi cheio de gravetos imitando o que via no original. Esvaziava e enchia de novo... assim passava horas e horas sob a sombra do pé de carambola, onde o chão era de areia tão fina e branca que parecia talco - Ao mesmo tempo em que fazia sua lida imaginária olhava as jabuticabeiras em flor, a grande árvore de manga-espada florida, ouvia o cantar do canário-da-terra... ao longe chamava a atenção um bando de anus; e o menino quando não estava na lida com seu carro de boi, ia visitar os enormes ninhos e recolher seus ovos brancos que colocados às mãos ficavam azulados. Como po