NATAL


A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.
Aparecido Donizetti Hernandez





NATAL

Fernando Pessoa



O sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

***







Marcas Poéticas - direito autoral de Aparecido Donizetti Hernandez
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Lilian Regina de Andrade

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